quarta-feira, 4 de julho de 2007

MEU BAIRRO - MINHA RUA

"MEU BAIRRO MINHA RUA -
OUTROS DETALHES DA PROVÍNCIA "
Tempo Cronológico - Década de 40/50 - Bairro Paraíso -
Rua Carlos Steinen - travessa da Rua Abílio Soares.
Coleta de Lixo - O lixo era recolhido por carroções puxados por
quatro burros. Esses carroções faziam o recolhimento a noite. Eram
colocados, pelos moradores latões com o lixo, nas portas das casas.
Os coletores despejavam o conteúdo no carroção e deixavam os
latões, nas portas. As ruas eram pavimentadas com paralelepípedos
(macadames). Os Carroções de Lixo, tinham rodas de carroça, ou
seja, eram de madeira com um arco de metal em sua volta. Os
burros tinham ferraduras. Ainda tenho na memória, o ruído
característico que provocavam esses carroções, quando
as suas rodas e as ferraduras dos burros, batiam no pavimento
de macadame das ruas.
Padeiros e Leiteiros- O pão de cada dia, era entregue pelos
padeiros, que faziam a entrega, de madrugada de porta em porta.
As suas Carroças tipo "trolei". Deixavam os pães, na quantidade
anteriormente combinada, nas portas, janelas ou caixas apropriadas.
É incrível, mas não roubavam. Quer dizer, os garotos as vezes
aprontavam fazendo uma, digamos "apropriação indébita " e não
posso jurar que não fiz parte dessa traquinagem. No final de cada
mês, o padeiro que nos atendia, vinha mais tarde, pois vinha receber
a conta do mês. Nesse dia, as crianças de cada família (eu fazia parte
desse grupo) ficavam todas ouriçadas pois, ao receber a conta do mês
o padeiro distribuía pães doces de graça. O mesmo procedimento era
feito pelos entregadores de Leite. O leite era embalado em litros de
vidro de formato típico.
Tripeiros - Passavam diariamente, também em suas carroças
'Trólei" vendiam miúdos de boi - fígado - coração - tripa e afins.
Cabriteira - Diariamente, passava a cabriteira, que oferecia leite
de cabra tirado na hora. Era uma senhora portuguesa,vestida
totalmente de preto, inclusive o lenço na cabeça. Tinha na mão,
uma especie de cajado, onde se apoiava e controlava as cabras.
As cabras, cerca de 10 a 15, tinham sinos presos nos seus
pescoços, fato que provocava um barulho característico
que anunciava a sua chegada.
Mascate - Semanalmente, passava o 'mascate" normalmente um
emigrante árabe, e trazia toda a variedade de armarinhos,
oferecendo-os de porta em porta. Vale deixar registrados que muitos
desses emigrantes,com seu esforço e tenacidade, deram origem a
vários impérios textís de hoje.
Outros Vendedores - Passavam vendedores de frangos e ovos,
verduras e frutas com seus balaios cilíndricos e típicos. Havia o
homem do Realejo, que vendia a sorte, tirada por um periquito,
e tocava o realejo. Passava o "dilim-dilim" que vendia biju.
GELADEIRAS
As geladeiras da época, não eram elétricas ((refrigeradores)
eram mesmo Geladeiras. Com formato parecido com os atuais
refrigeradores, eram de madeira e forradas de chapas de zinco.
Na parte superior, onde hoje situa-se o freeser, havia um espaço
onde eram colocadas as grandes pedras de gelo. Essas pedras
duravam aproximadamente 24 horas e conservavam os alimentos
gelados. As pedras de gelo eram entregues diariamente por caminhões
apropriados. Esse serviço de venda e entrega de gelo era realizado
pela Companhia Antartica. Os refrigeradores apareceram em 38/39.
As marcas eram GE - Leonard - Frigideire.

Um comentário:

Lucas Frasão disse...

Cabriteiras, mascates... Cada figura que existia! Dá até vontade de voltar no tempo só pra ver de pertinho como era... Você acabou não falando o nome do bairro e a rua! Fiquei curioso...
Ah... uma pergunta: Você conhece Carlos Zéfiro?

Lucas